Coerência F.C.: Opinião crítica sobre Futebol

Aqui não tem hipocrisia e nem parcialidade. Apenas um espaço para falar sobre "a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes".

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Brasileirão começa morno

Bom, o brasileirão mais promissor dos últimos anos começou com muitos times mistos em campo, algumas surpresas e outras coisas que já eram esperadas.

O Botafogo, com seu time limitadíssimo, segurou o Santos sensação (jogando com o time misto) com suas bolas alçadas na área explorando a fragilidade da defesa do Santos, e com a raça de um time que joga em sintonia total com seu técnico Joel Santana.

O Palmeiras fez uma boa exibição quando comparada com as últimas apresentadas. Será que o evidente racha no elenco no final do ano passado foi por causa do Vagner Love? Ou será que o culpado foi o Diego Souza? O que se viu no Palestra Itália foi um time coeso, um grupo unido e um novo líder despontando no Verdão: Lincoln. Jogou muito e fez o gol da vitória por 1 a 0. Ah, e se viu também um Robert em uma de suas piores noites da carreira: um gol perdido sem goleiro e um pênalti não convertido.

O Grêmio, com seu time quase sub-20, cheio de reservas e com bela atuação do goleiro Victor, que segurou o ataque do Atlético-GO, ficou no 0 a 0 no Serra Dourada. Esse jogo serviu para mostrar que o Atlético-GO vai dar muito trabalho nesse campeonato, é um time muito bem estruturado e entrosado.

São Paulo e Flamengo com seus times mistos fizeram um bom jogo no Maracanã, com boas chances dos dois lados, e o 1 a 1 mais justo dos últimos tempos. Mas a falha de Miranda no gol de Denis Marques pode ter comprometido seu nome na convocação de amanhã.

O Corinthians ganhou com muita pressão da torcida e com vários lances polêmicos de arbitragem. A única coisa indiscutível foi a expulsão do goleiro Neto, do Atlético-PR. O pênalti é totalmente discutível, assim como o segundo cartão amarelo que expulsou Paulo Baier. A surpresa foi Souza, que teve boa atuação e fez um golaço. Mas o Timão vai precisar jogar muito mais para satisfazer sua exigente torcida. E Felipe vai precisar começar a pegar um pouco mais.

O Vasco mostrou incrível fragilidade contra o Atlético-MG. Vai ser necessária uma reformulação para o time de São Januário ameaçar alguém nesse Brasileirão. Destaque atleticano para a atuação de Diego Tardelli, se movimentando muito e participando dos dois gols e de Zé Luís, incansável na marcação.

O Cruzeiro partiu com força para brigar no Brasileiro, mesmo jogando com o time todo titular, contra o Inter praticamente todo de reservas. A vitória por 2 a 1 teve o tempero de Kleber Gladiador e do juiz, que viu mão na bola do zagueiro Ronaldo, do Internacional.

O Fluminense continuou a ter atuação pífia, mais pela ausência de Fred e Alan, que podem contribuir mais para o ataque do que André Lima do que por causa de Muricy Ramalho. Muricy entrou com Willians, na tentativa de ter um ataque mais rápido e criativo, mas não adiantou. Wellington Silva foi lançado no final do jogo e expulsou um volante do Ceará, poderia ter contribuído mais se tivesse ficado em campo. Tudo bem que o pênalti é discutível e que houve falta no campo de ataque do Flu antes do lance, mas são necessários reforços para que o Flu chegue mais longe.

Quem surpreendeu mesmo foi o Guarani e o Avaí. O primeiro, depois de uma campanha ridícula na série A-2 do Paulista, arrancou uma vitória do Goiás de Emerson Leão com gol do ex-são paulino Mazola, que havia feito grande campeonato paulista pelo Paulista de Jundiaí. Já o Avaí massacrou o Grêmio Prudente, que teve dois jogadores expulsos, por 6 a 1. Destaque para o zagueiro artilheiro Emerson, com 3 gols e pelo G-O-L-A-Ç-O de Caio. Confira:



Amanhã a convocação. Vamos ver se meus palpites estão certos.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Se eu fosse o Dunga...

A uma semana da divulgação da lista de convocados para a Copa do Mundo, muita pressão surge por alguns nomes e uma frequente revolta já de antes continua com outros. Será que o Dunga vai convocar mesmo Doni, depois de amargar há muito tempo a reserva de Júlio Sérgio na Roma? Será que o Dunga vai deixar o Ganso, de talento inquestionável, de fora da Copa?

São perguntas que teremos resposta a uma semana, e eu vou lançar aqui duas escalações: a minha, se eu fosse técnico da seleção brasileira de futebol, e a que eu acho que será a do Dunga no dia 11.

As minhas escolhas seriam:

GOL

Júlio César: inquestionável. Melhor goleiro brasileiro em atividade no mundo.

Victor: mostrou grande personalidade e evolução no Grêmio. Ganhou seu primeiro título ontem, para sagrar-se finalmente como ídolo da torcida.

Gomes: grande goleiro que só evolui na Inglaterra. Seu time, o Tottenham, está prestes a sagrar uma vaga na Champions League o ano que vem, em quarto lugar.

LATERAIS DIREITOS

Maicon: não gostava dele no começo, o achava grosso, lento, e só tinha força física. Evolui de forma vertiginosa desde que entrou no time de Dunga. Suas últimas atuações pela Inter de Milão comprovam isso, com gols e assistências decisivas.

Daniel Alves: meu antigo titular, deve estar na lista por tudo que vem apresentando no Barcelona, por tudo que já apresentou na seleção e pela habilidade e velocidade inquestionável.

LATERAIS ESQUERDOS

Fábio Aurélio: o lateral esquerdo do Liverpool, pra mim, é o melhor lateral esquerdo DE ORIGEM que atua no futebol mundial. A grande maioria dos laterais na lista do Dunga passaram, com o tempo, a jogar mais no meio pela esquerda do que na lateral. Tem boa força de marcação e cruza com perfeição. Sem contar que Fábio Aurélio é perigosíssimo nas bolas paradas.

Marcelo: Anda fazendo diversos gols no Real Madrid e tendo ótimas atuações. Seu problema é a marcação deficiente, mas é o problema que quase todos os já chamados pela lista de Dunga possuem.

P.S.: Meu escolhido seria o Filipe Luís, do La Coruña. Mas não irá se recuperar a tempo.

VOLANTES

Denilson: o brasileiro do Arsenal já demonstrou ser muito melhor que caras marcadas do Dunga nessa posição. É mais rápido que o Gilberto Silva e chuta melhor que Josué. E marca com a mesma eficiência (ou melhor) que estes.

Lucas: um pouco irregular, talvez devido às poucas chances que tem no Liverpool, Lucas é o melhor nome que pode pintar como volante que cobre bem os espaços e sabe finalizar.

Hernanes: ninguém no mundo faz o que Hernanes faz na sua posição. Marca com grande eficiência, chuta de longa distância como ninguém e tem uma qualidade no passe invejável. Sem contar que proporciona à torcida do São Paulo belíssimos dribles e lances de efeito.

Ramires: ele é volante, ponto final. Velozíssimo, chega muito bem na frente e cobre eficientemente os espaços como segundo volante. Mas não deve ser utilizado como meia armador.

MEIO CAMPO

Kaká: mesmo depois da lesão, é um jogador que ninguém duvida de sua habilidade e já fez belíssimos jogos pela seleção. Está voltando a jogar e voltando bem. Nome certo na lista de qualquer um.

Paulo Henrique Ganso: estou junto ao grande clamor nacional. PH Ganso é craque, tem liderança, chama a responsabilidade, dribla muito bem, tem uma qualidade de passe invejável, uma visão de jogo surpreendente, enfim, como disse Sérgio Soares, técnico do Santo André: "Se não marcar o Ganso, ele ganha o jogo sozinho". Não existem jogadores assim em atividade no mundo.

Renato Augusto: o meia atacante revelado pelo Flamengo deixa saudades na torcida rubro negra e em mim, que admiro muito seu futebol, mas não consigo acompanhar mais de perto sua trajetória no Bayer Leverkusen. Jogador de drible extremamente preciso, grande força física e poder de decisão, é uma ótima escolha, nem que seja para ser deixado no banco.

Carlos Eduardo: criticado pela mídia cega e parcial, Carlos Eduardo é um grande jogador. Surgiu no Grêmio de Porto Alegre e praticamente carrega o time do Hoffenheim na Bundesliga. Muito habilidoso, era comparado a Ronaldinho Gaúcho no início da carreira, mas se escondeu no pequeno time da Alemanha.

ATAQUE

Luís Fabiano: absoluto e unânime, Luís Fabiano veste a camisa da seleção como nenhum outro centro avante após a era Ronaldo vestia. Independentemente de jogar bem, sempre se entrega, corre, busca o lance e finaliza com extrema precisão. Dono da camisa 9.

Nilmar: há tempos que Nilmar merece esse espaço como titular. Suas constantes lesões o atrapalham a carreira inteira, mas já há um tempo tem uma sequencia incrível. 6 gols em 5 partidas pela seleção, não há motivo para deixá-lo de fora. Driblador e finalizador, Nilmar é a cara da camisa 11.

Hulk: canhoto, de grande forma física e chute potentíssimo. E aplicado. Essas são as semelhanças e diferenças de Hulk e Adriano. Hulk vem numa grande sequencia no Portugues, jogando pelo Porto, e foi atrapalhado por uma confusão com seguranças no clássico contra o Benfica.

Grafite: para os que não acompanham futebol, Grafite evolui muito na Europa. Continua com o mesmo faro de gol da época de São Paulo, mas mais forte e mais habilidoso. Fez um gol que rendeu a indicação à gol mais bonito do ano passado, e, na minha opinião, merecia mais. Confira:



Bom, muita gente vai discordar de mim sobre muitos nomes, mas essa é a minha visão, do que eu acompanho do futebol a alguns anos. E por acompanhar eu digo, Ronaldinho não vai e não merece. Teve uma boa atuação agora no final de semana, mas o Milan já está fora da briga pelo título. Quando o time mais precisou dele, ele se omitiu. E foi sempre assim na seleção. E aquele jogo da Inglaterra na copa de 2002, o gol de falta foi sem querer e ele foi expulso logo após de o ter feito, o que fez com que o jogo já difícil se tornasse complicadíssimo.

Agora, a lista que eu acho que o Dunga fará:

Júlio César
Doni
Victor

Maicon
Daniel Alves

Michel Bastos
Marcelo (ou Gilberto)

Lucas
Ramires
Josué
Gilberto Silva
Elano
Kaká
Júlio Baptista
Felipe Melo

Robinho
Luís Fabiano
Nilmar
Grafite (ou Hulk)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A Holanda, o Real Madrid e a Champions League

Há uns dois ou três anos atrás, o Real Madrid começou a investir pesado em talentos holandeses. O primeiro, o incrível centro avante Ruud van Nistelrooy, rendeu gols e grandes atuações, apesar de ter tido inúmeros problemas de condicionamento físico e lesões, devido à idade já avançada.

Depois dele, em 2007, o Real contratou o lateral/meia/ponta esquerda Royston Drente, grande destaque do Feyenoord e da seleção sub-20 da Holanda e o meia Wesley Sneijder, camisa 10 e destaque do Ajax e da seleção. Contratou também o craque Arjen Robben, que estava jogando no Chelsea e foi, depois, destaque da Euro 2008.

Euro 2008 que fez o Real Madrid crescer os olhos também no meia Rafael Van der Vaart, que teve brilhantes atuações no torneio continental. Fechado o plantel, o Real Madrid tinha praticamente uma colônia holandesa a seu dispor.

Resultado: título do espanhol 2007/2008 indiscutível e absoluto. Oito pontos de vantagem em cima do segundo colocado, o Villareal. Porém, não foi bem na Champions League, eliminado nas oitavas de final pela Roma.

A fórmula, somada às constantes lesões de Van Nistelrooy, Robben, Van der Vaart, não deu certo na temporada 2008/2009. Tanto para a Champions quanto para o espanhol, quando o mundo viu o Barcelona encantar a todos e levar tudo.

Temporada 2009/2010: política galática de Florentino Pérez. Chegaram Benzema, Cristiano Ronaldo, Kaká, Xabi Alonso, Raul Albiol. E o Real dispensou Van Nistelrooy para o Hamburgo, da Alemanha, Sneijder para a Inter de Milão, Robben para o Bayern de Munique.

O Real Madrid até que vai bem no campeonato espanhol (que, na minha opinião, é mais fraco que o Brasileiro, onde sempre dois, no máximo quatro times disputam o título e o resto serve pra tomar sacolada dos grandes), mas fracassou novamente nas oitavas de final da liga para o Lyon. Mesmo Lyon que vendeu Benzema e montou um time mais simples e não tão competitivo. Sem contar a vergonhosa eliminação da Copa da Espanha para o Alcorcón.

Pois bem. Agora vejamos as semi finais que aconteceram nessa semana:

Bayern de Munique x Lyon

Grande atuação do novo camisa 10 do Bayern, Arjen Robben, escurraçado pelo Madrid e rotulado pela imprensa espanhola como "homem de vidro", devido às constantes lesões. Robben, além de ter feito o único gol da partida, foi quem fez o gol da classificação nas oitavas, contra a Fiorentina, e nas quartas, contra o podersoso Manchester United (um golaço, diga-se de passagem).

Inter de Milão x Barcelona

Fora a grande atuação do sistema defensivo e do meio campo da Inter, Wesley Sneijder teve grande atuação e fez o primeiro gol. Sneijder que ainda deu belo lançamento para o gol de Eto'o no jogo de ida das quartas e que garantiu no jogo de volta o resultado com um gol de falta.

Isso tudo sem contar o Hamburgo, que está na semi final da UEFA Europa League.

Isso tudo nos faz pensar:

- O que aconteceria caso Sneijder e Robben tivessem ficado no Madrid, para acrescentar ao grupo galático uma pitada de poder de decisão nas horas difíceis.

- Por que o Real Madrid, que já viu essa política de galáticos não dar muito certo uma vez, a fez de novo?

- Por que ninguém da mídia destaca o grupo da seleção holandesa nessa Copa do Mundo? E se o poder de decisão de Sneijder, Robben e companhia derrubar o favoritismo de seleções como a Espanha, ou o próprio Brasil? Ou já esqueceram o sufoco que a Holanda causou no Brasil em 94 e 98?

- Será que a Inter de Milão, que foi menosprezada por ter tirado resultados magérrimos contra o fraco CSKA Moscou, vai conseguir segurar o ímpeto catalão no Camp Nou? Vai ser um jogão. E eu vou assistir. Ah, e o ponto forte da Inter é justamente o sistema defensivo. Quem viu o jogo, viu como Lúcio e Júlio César estão dando o sangue.

domingo, 18 de abril de 2010

O Espelho Rio-São Paulo

Cara de um, focinho do outro

De um lado, um time com o melhor elenco nos últimos anos contra o time que está encantando o Brasil com um futebol bonito, vistoso e objetivo.

Do outro, um time limitadíssimo tecnicamente contra o atual campeão brasileiro.

De um lado, um time com um técnico apático e sem carisma contra um time com um técnico competentíssimo e que sabe lidar com o ego e a empolgação da molecada.

Do outro, um time com um técnico guerreiro, que sabe fazer o time andar em uma única direção contra um estreante, que ainda busca sua auto-afirmação como técnico, apesar de já ter conquistado um campeonato brasileiro.

Esses foram os contrastes do domingo de futebol em São Paulo e no Rio de Janeiro. Esses foram os contrastes da "semi-final com cara de final" do Paulista, que decidiria quem, de São Paulo e Santos, chegaria na decisão e da final da Taça Rio, que poderia sagrar o Botafogo campeão por antecipação contra o Flamengo.

Botafogo no Rio!

O Botafogo teve todos os méritos pela vitória. A raça, a vontade e a determinação que Joel Santana reflete nos times que comanda é impressionante. Contra o Flamengo, que possui, individualmente, um time bem melhor que o do Botafogo, mas que vive uma fase complicada, cheia de crises persistentes (e de todos os tipos) e Andrade, um técnico que vem mostrando não saber lidar muito bem com situações complicadas dentro do time.

Jefferson mostrou grande personalidade no gol, mesma personalidade que Sebástian "El Loco" Abreu teve para bater o pênalti com direito a cavadinha, em plena decisão de título. Do lado rubro-negro, Vagner Love mostra cada vez mais vontade e poder de decisão (diferentemente do Love com as trancinhas verdes, de 2009). Adriano mostra que corre risco de ficar fora da convocação para a Copa do Mundo. Insistentes lesões, crises pessoais, peso excessivo e etc podem estar pondo problemas na cabeça de Dunga.

Prova de Fogo

Problemas esses que vêm aumentando quando se olha um pouco mais ao sul. Dunga deve estar com um gigantesco ponto de interrogação na cabeça: "Levar Neymar ou não levar? Eis a questão."

Bom, o time de Dorival Júnior e dos meninos da vila passou pela primeira prova de fogo. Decisão, mata-mata, um time experiente e vencedor do outro lado. Mas alguns erros capitais fizeram a missão do Peixe um pouco mais fácil.

Quando o maestro não rege a orquestra

A começar pelas más escolhas de Ricardo Gomes. A opção por Dagoberto e Fernandinho no ataque não deu certo. Ficou aquele famoso buraco na área, que só foi preenchido pela entrada de Washington (artilheiro da equipe na temporada) que, aos 15 minutos do segundo tempo, criou a jogada de maior perigo por parte do São Paulo no jogo inteiro.

Se pelo menos a velocidade dos dois atacantes tivesse sido explorada, mas não aconteceu. Os dois foram muito mal na partida, perderam várias bolas, erraram muitos passes e não renderam o esperado.

Outro erro capital: o São Paulo possui, agora, três laterais-esquerdos de ofício: Júnior César, Carleto e Diogo. RG escalou Richarlyson, sem ritmo de jogo, voltando de lesão, improvisado na lateral-esquerda. O volante errou quase todos os passes, todos os cruzamentos.

Enfim, a tentativa de ataque rápido com o antigo problema do meio-campo pesado e lento (Cleber Santana e Jorge Wagner), somado à pouca participação de Hernanes no jogo, contribuiram para que o São Paulo frequentasse a área adversária, mas de passeio, sem levar perigo. E a sabedoria popular diz, "quem não faz, toma".

Que nem gente grande

Graças à Dorival Júnior, um time de garotos jogou como gente grande. Tiveram paciência e malícia para começar a distribuir os cartões amarelos na defesa. Assim que a jogada se desenvolveu, e saiu o primeiro gol (aos 15min do Segundo Tempo), o Santos dominou o jogo e atropelou o São Paulo.

Neymar, mais uma vez, jogando tudo. Robinho, jogando o que sabe. E a defesa, muito sólida com o experiente Edu Dracena e o surpreendente Durval, joga muito bem. E quando ocorre alguma falha, Felipe, em grande fase, chega para salvar.

O Santos ainda precisa passar por mais algumas provas de fogo. O brasileiro está logo ali, e então as coisas começam a complicar, mas a garotada mostrou que sabe jogar direitinho e que os times terão que nivelar por cima para alcançar o Santos no Brasileiro.

Alô, Dunga!

E o lobby pelos meninos da vila na seleção é cada vez maior. Dunga já deu declarações que não haverão surpresas. Bem, aí entra a minha humilde opinião.

Ronaldinho Gaúcho já teve todas as chances que deveria ter. Parece que o povo brasileiro (e a mídia) tem memória fraca não só para política, como para futebol. Ninguém se recorda que o lance mais brilhante de R10 na copa de 2006 foi um pisão na bola e um escorregão dentro da área? Pois é...

Mas Neymar e Ganso estão surgindo muito bem. Talvez seja tarde demais. Talvez eles tenham pedido para serem chamados pra festa do Dunga muito em cima da hora. Mas cabe uma chance. E há uma esperança. Robinho é um dos preferidos do Dunga. Robinho ganhou a Copa América quase sozinho. E Robinho joga com Neymar e Ganso. Robinho gosta muito dos meninos. E, todos sabemos, que o Robinho tem lábia. Apesar da forma desastrosa e confusa com que deixou o Santos, voltou reverenciado e ovacionado pela torcida.

Péssima hora para Kaká e Adriano caírem de produção. Ou é tarde demais?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Política e Esporte: Combinação Perigosa

Na minha opinião, o incrível número de polêmicas incessantes nos últimos dias só serviu para levantar um debate e uma questão há muito discutida: o papel dos cartolas e da política no mundo do futebol.

Começando com a questão do Morumbi na copa de 2014. O vai e vem de opiniões, notas oficias, aprovações e reprovações de projetos estão deixando o público cansado.

Após ser informado que o Morumbi teria condições de receber apenas jogos da primeira fase e no máximo das Oitavas de final, o São Paulo juntamente com a Prefeitura resolveram aprimorar o projeto para poder receber até jogos da semi-final e, consequentemente, a abertura. Eis que surge uma notícia bombástica no Estado de São Paulo garantindo que o Morumbi havia sido vetado e que estaria em produção uma nova arena na cidade. A partir desse ponto, já se iniciaram os boatos referente à construção do estádio do Corinthians, de uma arena multiuso em Pirituba e até da demolição do PlayCenter (grande parque de diversões à beira da Marginal Tietê).

Bom, além dos gritos desesperados das criancinhas e adolescentes que gostam do Playcenter e dos donos do lugar, que não souberam explicar até agora de onde veio esse boato, surgiu a esperança latente da torcida corintiana em ter um estádio. E os jornais imbecis, parciais e desinformados da mídia impressa e da televisa trataram de explorar isso. Boa estratégia. Alta vertiginosa nas vendas.

O que existe de oficial, portanto, o que DEVERIA ser veiculado, é que o projeto atual está OK e que a FIFA ressalta que devem ser feitas mais mudanças, caso o estádio queira receber jogos das semi finais. Outra informação oficial é do comitê paulista para a copa de 2014 que disse que não existe plano B para a cidade, como afirmou Caio Carvalho (coordenador do comitê) em seu twitter:

"Se não for no Morumbi (uma das sedes da Copa), não será em São Paulo. As sugestões dadas ao SPFC serão atendidas."

Ponto final número um.

Agora, a bendita taça das bolinhas.

Eu não vou explicar o caso, acho que a pessoa que o fez da forma mais competente e compreensível foi o Gustavo Poli, blogueiro, jornalista e autor do ótimo "Almanaque do Futebol SporTV". Se quiser conferir a reportagem, clique aqui.

Quem organiza os campeonatos no Brasil é a CBF. A CBF se recusou a organizar o Brasileirão em 1987. O Clube dos 13 organizou a Copa União. A CBF se arrependeu e incluiu mais times no que seria o Brasileirão de 1987. Módulo Verde eram os times do clube dos 13 mais convidados (os melhores times do Brasil na época) e o Módulo Amarelo eram os times que a CBF incluiu. Flamengo e Inter ganharam o verde e Sport e Guarani ganharam o amarelo. Teria que haver o cruzamento, porém o clube dos 13 combinou de não fazer o cruzamento entre os módulos, a CBF decretou que Flamengo e Inter perderiam por W.O. e o Sport venceu o Guarani e foi sagrado campeão. UFA.

Enfim, é uma história extremamente complexa, que envolve diversos lados, diversas variáveis, diversas assinaturas, e esbarra numa questão simples: o Flamengo alega que é o campeão porque jogou com os melhores times. Então, se Sport e Guarani eram tão fracos assim, por que não enfrentá-los? Bom, questões políticas complexas à parte, a taça foi concedida ao São Paulo, já que ela ficaria em definitivo com quem conquistasse primeiro três títulos consecutivos ou cinco alternados.

Eis que surge Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, atribuindo esse anúncio a uma questão política, já que o Flamengo apoiou Fábio Koff na eleição e o concorrente dele era Kléber Leite, apoiado por Ricardo Teixeira (presidente da CBF) e Márcio Braga, antecessor de Patrícia.

Aí surge outra questão: o São Paulo TAMBÉM apoiou Fábio Koff. Os teóricos conspiratórios de plantão poderiam dizer que, se confirmada, a questão do Morumbi sair dos planos na copa de 2014 também pode ser interpretada como retaliação.

Enfim, percebeu como esse texto ficou pesado, chato, massante e confuso? Isso que dá comentar política em um blog sobre Futebol. Essas questões e discussões só deixam o espetáculo mais feio, o "tapetão" é a forma mais pobre de se conquistar algo, e Graças aos Deuses do Futebol, o futebol brasileiro se blindou a essas "aventuras" nas disputas nacionais há uns 10 anos. Espero que daqui a 20 anos não tenham discussões vazias, chatas e massantes como a da taça das bolinhas ou do Morumbi em 2014.

terça-feira, 30 de março de 2010

Castigo Rubro em Munique

Park e Altintop disputam a bola pelas quartas de final da UEFA Champions League


Hoje, às 15h45 (horário de Brasília) se viu um grande jogo na belíssima Allianz Arena, em Munique. O estádio, que foi construído para a copa de 2006, possui um sistema de iluminação externa interessantíssimo. Como em Munique existem o vermelho Bayern de Munique e o azul "1860 München", o estádio acende as luzes externas de acordo com o time que está jogando. E quando ocorrem clássicos, o estádio fica com as duas cores, incrível.

Mas o que se viu hoje foi uma invasão vermelha. Muito animados, mesmo com a ausência do holandês Arjen Robben, o camisa 10 e grande destaque do time, os torcedores do Bayern lotaram o estádio, tendo em vista que os ingressos foram vendidos a 15 Euros (uma pechincha para os padrões europeus).

O adversário era o Manchester United. Embalado, com 8 vitórias nos últimos 8 jogos e contando com a ótima fase do atacante Wayne Rooney, tinha tudo para levar uma vantagem boa para o jogo de volta em Old Trafford. Enquanto que o Bayern, com 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas nesse mesmo período, lutava para ganhar confiança e apoio da torcida para seguir firme também no Campeonato Alemão.

E, com 1min4s de jogo, o que todos esperavam aconteceu. Gol de Rooney. O resultado de 1 a 0 a favor do Manchester forçaria o Bayern a vencer o time de Old Trafford por pelo menos dois gols de diferença no jogo de volta. Missão quase impossível.

O Manchester ainda pressionou, com boas jogadas de linha de fundo de Nani, mas se acomodou e viu o Bayern crescer na partida. Ribéry (um dos melhores em campo), sempre confundindo e dando trabalho à zaga inglesa. Altintop forçou boas arrancadas pelo meio e Pranjic forçou Van der Sar a trabalhar com alguns bons tiros do meio campo. Van der Sar, aliás, que foi o melhor em campo por parte do Manchester.

Por quê? Porque, no segundo tempo, o Bayern foi pra cima e o Manchester simplesmente assistiu o Bayern jogar. Cada vez mais Van der Sar teve que trabalhar para impedir o ataque bávaro. Para deixar de atrair o time alemão, Alex Ferguson sacou o meio campo Park (atuação apagadíssima) e o volante Carrick para a entrada do meia Valencia e do atacante Berbatov. Van Gaal respondeu tirando Müller (jovem e excelente revelação alemã, mas que simplesmente não jogou) e colocando no jogo o centroavante Mario Gomez, forte e preciso, mas não tão rápido quanto Müller.

Eis que aos 31 minutos do segundo tempo, Gary Neville (o experiente Gary Neville) botou a mão na bola na entrada da área para atrapalhar uma jogada de Olic. Ribery cobrou a falta, que desviou na barreira e enganou Van der Sar. Explosão da torcida alemã no Allianz Arena e 1 a 1 no placar.

O Manchester ainda meteu uma bola no travessão com Vidic aos 37min, e o Bayern, ainda inflamado pelo gol de empate, corria atrás do resultado. Aos 47min, o próprio Mario Gomez que havia ficado no banco, agora com a companhia de Miroslav Klose no ataque (que entrou para a saída de Altintop, lançando o Bayern para a frente), fez grande jogado pela direita, arrancando desde o meio campo e chutou prensado em cima da zaga. A bola ficou com Evra (em noite para se esquecer), que em um vacilo, não viu o atacante Ivica Olic avançando pela direita. O croata roubou a bola do sonolento lateral-esquerdo, avançou pelo meio da área, ameaçou o chute e depois bateu no contrapé do goleiro holandês. 2 a 1 para o Bayern, festa generalizada da torcida, cartão amarelo pela comemoração de Olic, que tirou a camisa e um Manchester que poderia ir para o clássico inglês contra o Chelsea no fim de semana tranquilo, com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença no jogo de volta na próxima quarta, preocupado. Primeiro pelo fato de ter que ganhar de pelo menos um gol de diferença em Old Trafford e também porque Wayne Rooney saiu de campo sem chuteira, mancando muito e virou dúvida.

Enfim, o que ocorreu foi um nó tático de Van Gaal pra cima de Alex Ferguson. A postura do time inglês durante o jogo fez com que os bávaros se lançassem ao ataque, e quando Ferguson tentou consertar isso, pondo o time pra frente, Van Gaal apostou em um homem de referência de área e o gol saiu logo após. A pressão do Bayern foi incessante e, apesar da superioridade técnica do time de Manchester, eles não conseguiram segurar o ímpeto alemão em Munique.

Será que se o gol não tivesse saído no primeiro minuto de jogo, o panorama seria diferente? Bem, o futebol é feito de incertezas, assim como a vida. Mas uma atuação pífia de ambos laterais do Manchester e um Bayern acordado até o último minuto de jogo, colaborou para que o Bayern ficasse mais perto da classificação, jogando por um empate. Coisas do futebol.

Jogo: Bayern de Munique 2 x 1 Manchester United (quartas-de-final, jogo de ida, UEFA Champions League)

Local: Allianz Arena, Munique - Alemanha

Destaques Positivos: Franck Ribéry (Bayern de Munique) e Edwin Van der Sar (Manchester United)

Destaques Negativos: Tomas Müller (Bayern de Munique), Patrick Evra (Manchester United) e Gary Neville (Manchester United)