Aqui não tem hipocrisia e nem parcialidade. Apenas um espaço para falar sobre "a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes".

terça-feira, 30 de março de 2010

Castigo Rubro em Munique

Park e Altintop disputam a bola pelas quartas de final da UEFA Champions League


Hoje, às 15h45 (horário de Brasília) se viu um grande jogo na belíssima Allianz Arena, em Munique. O estádio, que foi construído para a copa de 2006, possui um sistema de iluminação externa interessantíssimo. Como em Munique existem o vermelho Bayern de Munique e o azul "1860 München", o estádio acende as luzes externas de acordo com o time que está jogando. E quando ocorrem clássicos, o estádio fica com as duas cores, incrível.

Mas o que se viu hoje foi uma invasão vermelha. Muito animados, mesmo com a ausência do holandês Arjen Robben, o camisa 10 e grande destaque do time, os torcedores do Bayern lotaram o estádio, tendo em vista que os ingressos foram vendidos a 15 Euros (uma pechincha para os padrões europeus).

O adversário era o Manchester United. Embalado, com 8 vitórias nos últimos 8 jogos e contando com a ótima fase do atacante Wayne Rooney, tinha tudo para levar uma vantagem boa para o jogo de volta em Old Trafford. Enquanto que o Bayern, com 3 vitórias, 2 empates e 3 derrotas nesse mesmo período, lutava para ganhar confiança e apoio da torcida para seguir firme também no Campeonato Alemão.

E, com 1min4s de jogo, o que todos esperavam aconteceu. Gol de Rooney. O resultado de 1 a 0 a favor do Manchester forçaria o Bayern a vencer o time de Old Trafford por pelo menos dois gols de diferença no jogo de volta. Missão quase impossível.

O Manchester ainda pressionou, com boas jogadas de linha de fundo de Nani, mas se acomodou e viu o Bayern crescer na partida. Ribéry (um dos melhores em campo), sempre confundindo e dando trabalho à zaga inglesa. Altintop forçou boas arrancadas pelo meio e Pranjic forçou Van der Sar a trabalhar com alguns bons tiros do meio campo. Van der Sar, aliás, que foi o melhor em campo por parte do Manchester.

Por quê? Porque, no segundo tempo, o Bayern foi pra cima e o Manchester simplesmente assistiu o Bayern jogar. Cada vez mais Van der Sar teve que trabalhar para impedir o ataque bávaro. Para deixar de atrair o time alemão, Alex Ferguson sacou o meio campo Park (atuação apagadíssima) e o volante Carrick para a entrada do meia Valencia e do atacante Berbatov. Van Gaal respondeu tirando Müller (jovem e excelente revelação alemã, mas que simplesmente não jogou) e colocando no jogo o centroavante Mario Gomez, forte e preciso, mas não tão rápido quanto Müller.

Eis que aos 31 minutos do segundo tempo, Gary Neville (o experiente Gary Neville) botou a mão na bola na entrada da área para atrapalhar uma jogada de Olic. Ribery cobrou a falta, que desviou na barreira e enganou Van der Sar. Explosão da torcida alemã no Allianz Arena e 1 a 1 no placar.

O Manchester ainda meteu uma bola no travessão com Vidic aos 37min, e o Bayern, ainda inflamado pelo gol de empate, corria atrás do resultado. Aos 47min, o próprio Mario Gomez que havia ficado no banco, agora com a companhia de Miroslav Klose no ataque (que entrou para a saída de Altintop, lançando o Bayern para a frente), fez grande jogado pela direita, arrancando desde o meio campo e chutou prensado em cima da zaga. A bola ficou com Evra (em noite para se esquecer), que em um vacilo, não viu o atacante Ivica Olic avançando pela direita. O croata roubou a bola do sonolento lateral-esquerdo, avançou pelo meio da área, ameaçou o chute e depois bateu no contrapé do goleiro holandês. 2 a 1 para o Bayern, festa generalizada da torcida, cartão amarelo pela comemoração de Olic, que tirou a camisa e um Manchester que poderia ir para o clássico inglês contra o Chelsea no fim de semana tranquilo, com a vantagem de poder perder por até dois gols de diferença no jogo de volta na próxima quarta, preocupado. Primeiro pelo fato de ter que ganhar de pelo menos um gol de diferença em Old Trafford e também porque Wayne Rooney saiu de campo sem chuteira, mancando muito e virou dúvida.

Enfim, o que ocorreu foi um nó tático de Van Gaal pra cima de Alex Ferguson. A postura do time inglês durante o jogo fez com que os bávaros se lançassem ao ataque, e quando Ferguson tentou consertar isso, pondo o time pra frente, Van Gaal apostou em um homem de referência de área e o gol saiu logo após. A pressão do Bayern foi incessante e, apesar da superioridade técnica do time de Manchester, eles não conseguiram segurar o ímpeto alemão em Munique.

Será que se o gol não tivesse saído no primeiro minuto de jogo, o panorama seria diferente? Bem, o futebol é feito de incertezas, assim como a vida. Mas uma atuação pífia de ambos laterais do Manchester e um Bayern acordado até o último minuto de jogo, colaborou para que o Bayern ficasse mais perto da classificação, jogando por um empate. Coisas do futebol.

Jogo: Bayern de Munique 2 x 1 Manchester United (quartas-de-final, jogo de ida, UEFA Champions League)

Local: Allianz Arena, Munique - Alemanha

Destaques Positivos: Franck Ribéry (Bayern de Munique) e Edwin Van der Sar (Manchester United)

Destaques Negativos: Tomas Müller (Bayern de Munique), Patrick Evra (Manchester United) e Gary Neville (Manchester United)

Nenhum comentário:

Postar um comentário