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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Política e Esporte: Combinação Perigosa

Na minha opinião, o incrível número de polêmicas incessantes nos últimos dias só serviu para levantar um debate e uma questão há muito discutida: o papel dos cartolas e da política no mundo do futebol.

Começando com a questão do Morumbi na copa de 2014. O vai e vem de opiniões, notas oficias, aprovações e reprovações de projetos estão deixando o público cansado.

Após ser informado que o Morumbi teria condições de receber apenas jogos da primeira fase e no máximo das Oitavas de final, o São Paulo juntamente com a Prefeitura resolveram aprimorar o projeto para poder receber até jogos da semi-final e, consequentemente, a abertura. Eis que surge uma notícia bombástica no Estado de São Paulo garantindo que o Morumbi havia sido vetado e que estaria em produção uma nova arena na cidade. A partir desse ponto, já se iniciaram os boatos referente à construção do estádio do Corinthians, de uma arena multiuso em Pirituba e até da demolição do PlayCenter (grande parque de diversões à beira da Marginal Tietê).

Bom, além dos gritos desesperados das criancinhas e adolescentes que gostam do Playcenter e dos donos do lugar, que não souberam explicar até agora de onde veio esse boato, surgiu a esperança latente da torcida corintiana em ter um estádio. E os jornais imbecis, parciais e desinformados da mídia impressa e da televisa trataram de explorar isso. Boa estratégia. Alta vertiginosa nas vendas.

O que existe de oficial, portanto, o que DEVERIA ser veiculado, é que o projeto atual está OK e que a FIFA ressalta que devem ser feitas mais mudanças, caso o estádio queira receber jogos das semi finais. Outra informação oficial é do comitê paulista para a copa de 2014 que disse que não existe plano B para a cidade, como afirmou Caio Carvalho (coordenador do comitê) em seu twitter:

"Se não for no Morumbi (uma das sedes da Copa), não será em São Paulo. As sugestões dadas ao SPFC serão atendidas."

Ponto final número um.

Agora, a bendita taça das bolinhas.

Eu não vou explicar o caso, acho que a pessoa que o fez da forma mais competente e compreensível foi o Gustavo Poli, blogueiro, jornalista e autor do ótimo "Almanaque do Futebol SporTV". Se quiser conferir a reportagem, clique aqui.

Quem organiza os campeonatos no Brasil é a CBF. A CBF se recusou a organizar o Brasileirão em 1987. O Clube dos 13 organizou a Copa União. A CBF se arrependeu e incluiu mais times no que seria o Brasileirão de 1987. Módulo Verde eram os times do clube dos 13 mais convidados (os melhores times do Brasil na época) e o Módulo Amarelo eram os times que a CBF incluiu. Flamengo e Inter ganharam o verde e Sport e Guarani ganharam o amarelo. Teria que haver o cruzamento, porém o clube dos 13 combinou de não fazer o cruzamento entre os módulos, a CBF decretou que Flamengo e Inter perderiam por W.O. e o Sport venceu o Guarani e foi sagrado campeão. UFA.

Enfim, é uma história extremamente complexa, que envolve diversos lados, diversas variáveis, diversas assinaturas, e esbarra numa questão simples: o Flamengo alega que é o campeão porque jogou com os melhores times. Então, se Sport e Guarani eram tão fracos assim, por que não enfrentá-los? Bom, questões políticas complexas à parte, a taça foi concedida ao São Paulo, já que ela ficaria em definitivo com quem conquistasse primeiro três títulos consecutivos ou cinco alternados.

Eis que surge Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, atribuindo esse anúncio a uma questão política, já que o Flamengo apoiou Fábio Koff na eleição e o concorrente dele era Kléber Leite, apoiado por Ricardo Teixeira (presidente da CBF) e Márcio Braga, antecessor de Patrícia.

Aí surge outra questão: o São Paulo TAMBÉM apoiou Fábio Koff. Os teóricos conspiratórios de plantão poderiam dizer que, se confirmada, a questão do Morumbi sair dos planos na copa de 2014 também pode ser interpretada como retaliação.

Enfim, percebeu como esse texto ficou pesado, chato, massante e confuso? Isso que dá comentar política em um blog sobre Futebol. Essas questões e discussões só deixam o espetáculo mais feio, o "tapetão" é a forma mais pobre de se conquistar algo, e Graças aos Deuses do Futebol, o futebol brasileiro se blindou a essas "aventuras" nas disputas nacionais há uns 10 anos. Espero que daqui a 20 anos não tenham discussões vazias, chatas e massantes como a da taça das bolinhas ou do Morumbi em 2014.

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